Quando falamos sobre crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a neuropediatria é uma das especialidades que possuem papel fundamental no diagnóstico e acompanhamento do quadro.
A neuropediatria, também conhecida como neurologia infantil, é um ramo da neurologia dedicada a estudar doenças e disfunções do sistema nervoso de crianças e adolescentes.
Para entendermos melhor o papel da neuropediatria no dia a dia da criança com autismo e de suas famílias continue a leitura.
Quando os pais devem procurar a neuropediatria?
Esse questionamento certamente deve passar pela cabeça de muitos pais, não é verdade? Para esclarecer essa dúvida, a palavra de ordem é observação.
Se os pais perceberem que a criança, mesmo muito pequena, entre 1 e 2 anos de idade, não está se desenvolvendo ou está apresentando um comportamento não esperado, é indicada a avaliação de um neuropediatra.
Os casos mais indicados são:
– Regressão ou atraso de fala
– Dificuldade de interação com outras crianças ou adultos
– Olhar pouco nos olhos
– Incômodo com o contato físico
– Realizar movimentos repetitivos
– Apresentar interesses muito restritos e exagerados por determinado objeto ou atividade (água, objetos que rodam, seletividade por uma cor específica)
– Manias (enfileirar objetos, fazer determinado som)
– Estereotipias
– Brincar apenas com parte de um brinquedo (rodar a roda do carrinho, por exemplo)
– Compulsão ou seletividade alimentar (só come alimentos de determinada consistência ou cor, rejeitar algo novo)
– Distúrbios do sono (geralmente agitação).
Esses sintomas podem instigar os pais a visitarem um neuropediatra, mas não necessariamente significam que a criança é autista. Pode não se tratar de TEA, uma vez que há diversos quadros comportamentais possíveis dentro destas características. O diagnóstico fechado de TEA é dado geralmente pelo neuropediatra ou psiquiatra.
O neuropediatra no dia a dia da família
O acesso a informações sobre o Transtorno do Espectro Autista está cada vez maior, o que tem feito com que a busca por um diagnóstico seja feita cada vez mais cedo, o que favorece muito a criança.
Os pais e a escola estão melhor informados e atentos aos sinais do TEA. E vale ressaltar que, quanto mais cedo fecharmos o diagnóstico e iniciarmos o tratamento, melhor a resposta da criança.
A neuropediatria é responsável por fechar o diagnóstico de TEA, mas as terapias envolvem outras especialidades, como psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia, educador físicos, terapia ocupacional, nutrição etc.
Influência do esporte no tratamento de TEA
O esporte também é parte importante nesse processo. Durante o exercício são liberadas substâncias no cérebro (especialmente a dopamina), que geram a sensação de bem-estar e diminuem a ansiedade.
Além disso, no esporte a criança tem a oportunidade de desenvolver a interação com os demais, aprende a seguir regras e limites e explora o meio. Sempre que possível, a prática de atividade física deve ser estimulada pelos pais.
Em certos casos, o neuropediatra inclui medicamentos no processo de tratamento de TEA. A indicação dos medicamentos tem como objetivo atuar nos sintomas quando estão muito acentuados e não são atenuados com as terapias. Entre esses sintomas estão irritabilidade, agressividade, distúrbios do sono, labilidade emocional, estereotipias (movimentos repetitivos) importantes etc.
A neuropediatria é o primeiro profissional que os pais devem procurar ao perceberem alguma alteração no desenvolvimento da criança. Lembrando que um diagnóstico precoce tende a trazer resultados mais efetivos para o bom desenvolvimento dos filhos.
Diante de qualquer suspeita de que algo não vai bem com a criança, os pais devem procurar um especialista. Mesmo diante de um diagnóstico de TEA, há muito a ser feito. As crianças sempre nos surpreendem com os progressos que alcançam.